História da Mágica


Existe um antigo papiro egípcio escrito por volta de 2000 a.C. que nos conta da existência de um mágico chamado Dedi. Esse é o mais antigo registro de um número de mágica e está exposto no Berlin State Museum. O relato, escrito aproximadamente mil anos depois da morte de Dedi, nos conta a história de sua incrível performance perante a corte do faraó Cheops. Dizia-se que era capaz de colocar a cabeça de volta em corpos decapitados fazendo-os voltar a vida, entre outros truques. De seu número perante a corte, diz-se que lhe trouxeram um ganso decapitado, o qual ele pôs do lado oeste da sala, e com algumas palavras mágicas fez com que o ganso começasse a tremer, e ao se aproximar dele, a ave se levantou, cacarejando. Logo se trouxe outro ganso, e o mesmo foi feito. Em seguida o faraó ordenou que trouxessem um boi e o decapitassem, e Dedi, com um novo encantamento, fez com que o boi se levantasse, mugindo. O registro foi escrito mil anos depois da performance, o que nos deixa suspeitas do que realmente aconteceu, porém o truque de decapitar animais e lhes dar vida novamente foi e é um clássico até os dias de hoje.

No Egito em uma tumba em Beni-Jasán que data ao redor de 1500 a.C. são encontrados desenhos de um dos mais antigos truques que é “Os corvilhetes e as bolinhas”, em que se põe uma bolinha em baixo de um deles, os copos são misturados bem depressa e o espectador tenta descobrir embaixo de que copo está a bolinha, que na verdade já foi parar na mão do mágico. Existem indícios de que esse truque era feito em diversos lugares do mundo, como Grécia, China e Índia. Existem também indícios de truques de mágica feitos pelos padres dos templos Gregos. Porém, esses truques eram realizados com a alcunha de mágica dos deuses, e entre outros truques faziam com que estátuas falassem ou uma porta abrisse ao comando da voz.

No Egito, houve um Mágico chamado Weba-Aner que conseguia desconcentrar toda realeza da Quarta Dinastia Egípcia, ao transformar um crocodilo de cera em crocodilo vivo e esperto. Segundo o Museu de Londres há um papiro que descreve os feitos de um mago chamado Tcha-Tcha-em and, da corte do Rei Keops.

Em Roma e na Grécia antiga, havia prestidigitadores famosos. Alcifrón de Atenas fazia o mesmo jogo dos Corvilhetes. Teodorus da Grécia foi outro prestidigitador com notáveis habilidades. As pessoas do lugar ergueram uma estatua em sua honra, que segurava um dado em suas mãos.

Na China, era apresentado o truque das argolas de metal que se enganchavam uma na outra formando uma corrente, as argolas não tinham abertura nenhuma. Este procedimento é muito parecido com os atuais “Aros Chineses”. Também trabalhavam com tigelas de arroz, cujo arroz aparecia e desaparecia de uma tigela para outra.

Os primeiros exploradores que se aventuraram a viajar para a Índia e para o Oriente, quando voltaram relataram feitos impressionantes, em que é difícil separar a fantasia da realidade. Uma das mais fantásticas é quando o artista, em praça publica, toca uma flauta e uma corda misteriosa se ergue sozinha e sobe cinco metros do solo. O mais fantástico ainda é que nela sobe uma criança que some ao chegar ao topo da corda. Tudo isto acontece rodeado pelos turistas. Também transformam bastões de madeira em cobras vivas.

        Surgiram então os adivinhos, feiticeiros e bruxos, todos dotados de falsos poderes, em realidade baseados na fraude, na mistificação, e sobretudo, na ignorância dos povos. No Japão, eram clássicos dos antigos mágicos, mostrar alguns pedaços de papel de seda coloridas, que rasgadas e unindo os pedaços eles se transformavam em lindas borboletas que voavam alegremente. Outro truque que faziam os nipônicos com freqüência, era a produção de fontes de água, onde elas tocavam com um bastão (Varinha Mágica). Pelo decorrer  de muitos séculos se fizeram impor, tanto na aristocracia, como em meio a plebe, através do embuste. Possuiam posições privilegiadas junto a reis e monarcas. Ao lado destes "magos" poderosos, uma outra  casta  surgia: eram os mágicos, ilusionistas e atores de rua, que usando o mesmo método, tinham contudo, uma finalidade diferente: a diversão e o entretenimento. Então uma acirrada luta teve início: de um lado os prestidigitadores, mágicos e ilusionistas, de outro, os místicos, adivinhos e falsos paranormais, que foram sendo desmascarados em suas fraudes, até a quase completa extinçao

A prática de truques de mágica demorou muito mais para difundir-se na Europa. A esmagadora maioria da população européia da Idade Média era ignorante, sem estudo, e muito influenciada pelos padres da época, que em tudo viam bruxaria. Portanto, para a maioria da população, um indivíduo que fosse capaz de fazer uma moeda sumir em sua mão ou decapitar uma galinha e ressuscitá-la certamente tinha um pacto com o diabo. Esse aspecto da sociedade da época não permitiu que a mágica se difundisse em grande escala. Mesmo assim, na Inglaterra e em partes da Europa Ocidental existem registros de mágicos que executavam truques muito simples para pequenas platéias, e que obtinham bastante êxito.

Na Idade Média, os mágicos se apresentavam nas tabernas, bares, e os melhores, nos castelos. Mas o espetáculo que se fazia na época era muito diversificado, geralmente os artistas entoavam canções guerreiras, satíricas ou sentimentais. Faziam também, algumas comédias, números com animais domésticos, acrobacias, malabarismo e numero de mágicas. Esta tradição ainda existe nos pequenos Circos que funcionam nas periferias dos bairros do mundo inteiro.

Na época do renascimento, já havia imprensa, e temos bastante documentos onde se relata programas de mágicos. Por exemplo, na França havia um certo “Maestro Gonin” que foi um perfeito manipulador com objetos pequenos e foi tão grande sua popularidade que seu nome era sinônimo de escamoteador.

Existe a história de um mágico chamado Brandom, que viveu na Inglaterra durante o reinado de Henrique VIII. Diz-se que em uma

de suas performances para toda a corte, realizada no jardim do palácio, Brandom chamou a atenção de todos para um pombo que estava pousado em cima de um muro.

Com um pedaço de giz desenhou embaixo do mesmo muro um pombo semelhante àquele que estava pousado. Brandom em seguida pegou um punhal e o enfiou no centro do desenho do pássaro, e imediatamente após, o pombo que estava em cima do muro caiu morto. O rei logo pensou que alguém capaz de fazer aquilo com um pombo pode ser muito bem capaz de fazer o mesmo com um rei, e ordenou que Brandom não mais repetisse esse truque. Em meados do século XVI foi escrito um livro fundamental na história da mágica: The Discovery of Witchcraft (A Descoberta da Bruxaria). Esse livro foi escrito por um fazendeiro chamado Reginald Scot, que vivia no condado de Kent, na Inglaterra. Indignado com a crueldade das condenações por bruxaria e com a superstição tola da época que associava tudo que parecia inexplicável com o diabo, Scot decidiu aprender fundamentos da arte mágica com os artistas da época. Seu professor foi um francês chamado Cautares, que o ensinou que um truque mágico, quando executado na frente de ignorantes, se torna sobrenatural. Após ter adquirido conhecimento suficiente, escreveu seu livro com 560 páginas, o qual explicava vários dos fundamentos usados pelos mágicos da época, colaborando imensamente para o surgimento de uma distinção entre bruxaria e truques de mágica. Os princípios citados em sua obra são usados até hoje. Porém sua obra foi considerada profana tempos depois por James VI, que assumiu o trono inglês e mandou queimar todas as cópias do livro de Reginald Scot mas, para a sorte dos estudantes de mágica, muitos livros não foram queimados, e algumas versões originais podem ser encontradas ainda hoje.

No século XVII se difunde o jornalismo e aprecem publicados memórias e crônicas que relatam as atenções de vario mágicos, que aumentavam dia a dia especialmente em Paris.

Mas quase todos os mágicos eram camelôs, que através das mágicas promoviam venda dos vários tipos de objetos ou mercadorias.O mais famoso da época foi Tabarin.

No século XVIII apareceram os primeiros mágicos teatrais, especialmente na feira de Saint Germain em Paris.

Os mais famosos foram, Fournel, Campardon, Hullard, Jonas e fianlmente Perrin, que trabalhou no Palácio Real e no Templo duo Bulevar.

No tempo da revolução o mágico mais famoso foi o italiano Giuseppe Pinetti, nasceu em Orbitello (Toscana) no ano de 1750 e morreu na Rússia em 1769. É neste século que se pode dizer que apareceram os primeiros tratados sobre a matéria. O primeiro foi em 1963 escrito por Ozanam da França, após foi Guyot em 1769 e Decremps em 1785. Nesta época se inauguraram seis teatros para mágicos. Os mais famosos o do Conte, do italiano Bosco (1793-1862) e o do Talon, que se fazia chamar Felippe. A maior parte destes mágicos representavam experiências de física recreativa e aparelhos de fundo falso. O mágico Felippe foi o primeiro a apresentar s “Aros Chineses” na Europa. Nesta época os trajes eram bem espalhafatosos e esquisitos. Foi assim ate aparecer um mágico diferente, que revolucionou o sistema de mágica e indumentária. Seu nome, Harri Houdini.